terça-feira, 27 de julho de 2010

Fora do Contexto

Depois de um intervalo de reflexão estou voltando. E, vou logo fazendo algo que sabemos que não deveríamos fazer: estou transcrevendo um texto fora do contexto. Pode dar margem a mal-entendidos? – Pode. Mas, como me apaixonei pelo texto e como todo apaixonado acredito no impossível – neste caso que vocês vão entender a mensagem - arrisco!

“A libertação que Lisa sentiu deveu-se ao afrouxamento da ligação inconsciente com certo aspecto da virgindade, algo bem parecido com a experiência de uma iniciada no templo do amor. Ela se libertava da culpa e da dependência inapropriada, libertava-se da compulsão de agir de determinada maneira de modo a ganhar ou manter a atenção de um homem.

O verdadeiro ser de Lisa tornou-se vivo quando sua prostituta sagrada foi constelada pelo estranho. Ela permitiu que seu corpo respondesse naturalmente ao chamado do amor, em vez de refugiar-se em sua cabeça para encontrar a resposta apropriada e inteligente. Ela honrou a essência espiritual do Si-mesmo. Fazendo isso, ela conseguiu conhecer a beleza de seu corpo e de sua sexualidade, numa conexão autêntica com a deusa. O espírito despertou para a vida no corpo, e a mulher interna de Lisa tornou-se uma plena participante de sua vida.

* * *

A mulher que aceita sua feminilidade física e psicológica vive em harmonia com a prostituta sagrada que vive dentro dela. Ela serve à deusa do amor, atendendo ao fogo sagrado de seus sentimentos internos. Trata-se do calor central de seu ser, e é preciso tomar cuidado para que ele não se incendeie ou se extinga. Só através do serviço prestado por livre escolha à deusa ela se liberta do julgo da servidão a muitos senhores, o que lhe dá a capacidade de sacrificar exigências do ego – a necessidade de dominar, de possuir, de encontrar segurança na devoção de um homem. O ego então passa a admitir a autoridade mais alta, o Si-mesmo.

As mulheres que têm consciência do seu verdadeiro ser feminino ouvem a sabedoria do coração; não permitem que essa sabedoria seja contaminada por normas ou ideais coletivos. Tal sabedoria (tanto em homens como em mulheres) reside no corpo e está relacionada com o princípio do Eros. Por meio dela as mulheres alcançam a compreensão de sua verdadeira natureza instintiva quando esta se une ao espírito, o homem estranho, no ritual do matrimônio sagrado.”

A Prostituta Sagrada, Nancy Qualls-Corbett, Coleção Amor e Psique, Edições Paulinas



Nenhum comentário:

Postar um comentário