terça-feira, 19 de abril de 2011

Movimento Biodança - quo vadis?


Ontem fui para uma vivencia aberta do 1º Encontro Pernambucano de Biodança. Foi um desencontro. Quando cheguei, a vivência já tinha terminado – mesmo tendo chegado na hora certa. Não fiquei surpreso. Estou acostumado a trapalhadas desta natureza. Pena que acontecem com mais freqüência na Biodança.


Não pretendo ter um olhar imparcial, pois há tempo sinto-me desconfortável com o chamado “Movimento Biodança”. Do jeito que ele está ocorrendo não convence. Não vou elencar uma amostra dos muitos absurdos, conflitos e infantilidades. Isto é cansativo e não constrói. Mas o que é Biodança?


A proposta de Rolando Toro é contagiosa. Ele criou não apenas uma terapia prazerosa e ao mesmo tempo, “mais potente que uma bomba de nêutrons” (Alice Robado). A Biodança propõe uma nova forma de relacionar-se. Uma nova maneira de educar – a educação biocêntrica. Um novo jeito de estar no mundo.


Quando entrei na Biodança, minha alma ficou feliz. É possível trazer o paraíso para nossa vida cotidiana. Já perdemos o entusiasmo do comunismo libertando os povos; a contra-cultura dos hippies não foi longe, a igreja da libertação foi neutralizada - mas a abordagem da Biodança é diferente. Rolando fala na “conspiração do amor”. Não consigo pensar num movimento mais subversivo que este.


Talvez subversivo demais. Não pelo fato que na Biodança há vivencias com toques e carícias. Isto não assusta tanto... O que assusta é a vivência do amor, encontros profundos entre seres humanos – e isto é extremamente subversivo na nossa sociedade. Nem os facilitadores de Biodança dão conta. Eu não dou conta. E por isso os encontros em Pernambuco não acontecem. Apenas comerciais objetivando captar alunos. E a proposta de um movimento que transforma o mundo se perdeu.


Existem também muitos profissionais sérios. Está surgindo uma nova escola em Pernambuco, a “Escola de Biodança Aldeia dos Camarás” e há esforços para organizar mundialmente a Biodança. Mas como trazer de volta o encanto da Biodança, o sonho de um movimento de Biodança, uma rede fraterna planetária? –

Tudo indica que o mundo não será transformado ou “salvo” por nenhuma corrente filosófica ou religiosa, nenhuma doutrina política ou qualquer que seja a linha. Um mundo novo está sendo construído por pessoas adultas, auto-responsáveis, que investem em conhecimento pessoal e na auto-transformação. Arrisco afirmar, que apenas pessoas maduras poderão efetivamente contribuir para a transformação da nossa sociedade.


A partir desta visão, escolho continuar a investir na Biodança. Numa Biodança que tem como ponto de partida a vivência, mas que não despreza num momento posterior a tomada de consciência. Por isto apelidei este blog de ”Biodança e crescimento pessoal”. E nisso que acredito – é a minha dança. A minha contribuição para este planeta em transformação.

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