segunda-feira, 25 de abril de 2011

Quero amar e ser feliz - mas nem tanto

Biodança é a terapia mais prazerosa que conheço. Pode ser divertido fazer de vez em quando Biodança, recarregar as baterias, voltar para casa sentindo-se melhor. Biodança atua suavemente, curando nossas feridas, promovendo saúde e rejuvenescendo. Pode colocar em movimento uma terapia que não anda, dar coragem para sair de um relacionamento tóxico, investir num sonho profissional, mudar de cidade ou até de pais.

Tudo isso testemunhei inúmeras vezes, tanto em mim como nos outros. Biodança tem uma força transformadora incrível. E ai vem a pergunta: Se a Biodança é tão terapêutica, tão prazerosa e tão eficiente, porque não se difundiu mais, porque não contagiou as massas feito o Facebook?

A resposta é simples: por que ela é eficiente, porque transforma de verdade nossa vida. Isto assusta. Queremos amar e sermos felizes – mas nem tanto. Queremos nos realizar profissionalmente, viajar para terras distantes e viver um grande amor – mas sem sair da nossa zona de conforto. Mesmo que esta vidinha não está com nada, é chatinha (para não dizer uma bosta), ela parece ser mais segura que o novo.

Isto atinge apenas os alunos de Biodança? – Hoje me dei conta, refletindo sobre o trabalho que dá formar um novo grupo, que existem também resistências em mim como facilitador. Uma parte minha deseja divulgar a Biodança, oferecer esta ferramenta maravilhosa para outras pessoas, testemunhar encontros emocionantes, olhares sinceros, amizade profundas entre seres humanos. Outra parte minha resiste, não quer dar nada disso, nem para mim mesmo, nem para os outros. Manda se danar todo mundo. Resiste e sabota processos transformadores.

Minha respiração muda, meu peito se contrai, minha alma se revolta ao perceber isso. Mas isto me ajuda a compreender as minhas próprias resistências, como também as dificuldades dos meus alunos. E como sei que não adianta fugir, encaro os meus medos, acolho minhas dificuldades e me abro para facilitar esta nova turma, que vai trazer mais vitalidade, mais prazer, mais criatividade, mais amor e transformações para meus alunos e para mim mesmo. E nisto que acredito – vou continuar a minha dança – e convidar você para dançar comigo, conosco a Dança da Vida!

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